sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

SOBRE A BUSCA DO TEMPO PERDIDO


"O papel da memória é central no romance"[..],  "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust. [..] onde " o autor utiliza uma analepse, e faz com que o narrador recue no tempo das suas memórias, em episódios desencadeados por recordações de cheiros, sons, paisagens ou mesmo sensações tácteis." Num dado momento acessa recordações da infância através do sabor de "Madeleines"




Sobre esse recurso, sobre o autor e sobre a obra:




        "Marcel Proust foi o escritor que mais visceralmente se apropriou da temática do tempo, fazendo da memória o instrumento privilegiado de sua criação literária, assumindo existencialmente a busca do tempo perdido, transformada em suprema vocação artística. O presente trabalho pretende revelar a maneira pela qual o poetar pensante da memória alcança – e somente ele – transmutar o tempo perdido em tempo redescoberto.
         É no que o escritor denomina “memória involuntária” que repousa toda a força e toda a singularidade do seu grandioso romance Em busca do tempo perdido. Oferecendo à consciência fragmentos preciosos de um passado de outra forma irremediavelmente perdido, em contraste com os fragmentos inertes e sem vida reconstituídos pela memória voluntária, a memória involuntária é a verdadeira alavanca da redescoberta do tempo. O exame meticuloso do célebre episódio da “madeleine” (No caminho de Swann, 45-47) é o melhor roteiro para surpreender e acompanhar a atividade íntima da mais proustiana de todas as operações poéticas:
         Primeiro momento: o acaso faz o Narrador reencontrar o objeto material no qual se esconde uma sensação idêntica à experimentada outrora: “Mas no mesmo instante em que aquele gole, de envolta com as migalhas do bolo, tocou o meu paladar, estremeci, atento ao que se passava de extraordinário em mim”. A atitude do Narrador é de alerta em todos os seus sentidos."[...]A ..." memória não re-corda o acontecido, mas faz acontecer o que é trazido ao coração (= re-cordado). Ela não refaz o passado, ela faz o tempo; ela não recompõe o que foi, ela compõe o que é e sempre será; ela não restaura um todo perdido, mas instaura"... .

Sugestão para começar a leitura de Proust, uma edição em HQ de Em Busca do Tempo Perdido



À partide de 20 de janeiro é possível encomendar na Livraria Conhecer.

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