Andréia von Hausen Bederode Becker*
Entendemos que a vocação primária dos Equipamentos Culturais Públicos é a valorização da identidade. Atuando em cooperação e colaborativamente com organismos para a instituição de ações educativas sistemáticas e efetivas, fomentamos melhores práticas de preservação de acervos.
Tradicionalmente os Equipamentos Culturais instituem ações educativas. A comunidade necessita, entre outros, por necessidade curricular, estudar sua história e encontra nos aparelhos públicos do Município ou Estado a materialidade necessária. Sabemos que visitas com limitações de horário e deslocamento restringem as possibilidades de apropriação e de construção de conceitos, assim como das inúmeras carências existentes nos Equipamentos Culturais para a concretização de programas sistêmicos de educação para o patrimônio integral.
Para que o momento do encontro entre visitantes e responsáveis pela recepção nos Equipamentos Culturais seja repleto da curiosidade e do encantamento em que se ultrapassa a simples difusão de informações, é essencial que ela seja apenas parte do processo de apreensão de conceitos; também para educadores e condutores do encontro. Do contrário arriscamos instituir ações educativas pontuais, protocolares, transmissionistas: sem efeito. Elencando tempos e espaços para que todos se apropriem das informações, articulando-as com suas áreas de conhecimento e inclinações pessoais, proponham metodologias que resultem em trabalho realmente transformador, incluindo controle e diagnóstico sistemáticos das condições de preservação.
Assim propomos aparelhar os responsáveis pelos acervos nos Equipamentos Culturais para que atuem no eixo da preservação em dois sentidos principais:
1- Na instituição de ações de educação e comunicação pensadas a partir de seus acervos, de forma dinâmica, construtivista, emancipadora;
2- Na correta gestão dos acervos sob sua responsabilidade implementando melhores práticas de salvaguarda desses acervos.
Propomos assim a instituição de uma rede de preservação e a construção colaborativa de um sistema de ações, possibilitando buscar subsídios dentro de outros setores, outras instituições.
*Coord. Memorial da Câmara de Camaquã, Estudante Biblioteconomia UFRGS.
REFERÊNCIAS
EDUCAÇÃO & REALIDADE. Currículo. Porto Alegre: UFRGS/FACED, v. 26, n. 2, jul./dez. 2001. Tema do fascículo: Pedagogia, docência e cultura. Fernanda Muller. Infância e cidade.
ECKERT, Cornélia. A cidade e suas crises: o patrimônio pelo viés da memória. In: Habitus, Revista do Instituto de Pré-História e Antropologia. Universidade Católica de Goiânia. Goiânia, GO, Ed. da UCG. Vol. 1, n. 1, jan./jul. 2006.
LOSS, Miriam Moema e PIERETTI DUARTE, Renato. (Orientação). MENEGAZ, Yzara Daniela Beirão; MODEL, Bruna Argenta; SALDANHA, Anna Luiza de Moura , alunas do curso de Arquivologia e BERNINI, Ismael Maynard do curso de Bibioteconomia (Bolsistas). MANUAL DO LACRE: Elaborado pela equipe de bolsistas do Laboratório de Conservação e Restauro (LACRE) da Biblioteca da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (FABICO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
SOUTO, Maria Lúcia Ricardo. Recomendações para a Conservação de Documentos. Encarte do Boletim do Historia do RS: ANPUH – Associação Nacional dos Profissionais de História Núcleo RS – grupo de trabalho ACERVOS, Porto Alegre, ano 4, n. 19, jun.-jul. 1999.